ATA DA NONAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 13.11.1998.
Aos treze dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio
Corbellini, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren,
Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila e
Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Quadragésima Primeira Sessão Solene, que, juntamente com as
Atas das Nonagésima Primeira e Nonagésima Segunda Sessões Ordinárias, foi
aprovado. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 02 Pedido
de Providências e o Pedido de Informações nº 135/98 (Processo nº 3169/98); pelo
Vereador Carlos Alberto Garcia, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador
Cláudio Sebenelo, o Projeto de Resolução nº 44/98 (Processo nº 2976/98); pelo
Vereador Clovis Ilgenfritz, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
17/98 (Processo nº 3099/98); pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Paulo Brum, o Projeto de Lei do Legislativo nº
159/98 (Processo nº 3130/98). Ainda, foram apregoados os Ofícios nºs 463 e
468/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando os Projetos
de Lei do Executivo nºs 42 e 43/98 (Processos nºs 3196 e 3217/98,
respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 459 e 460/98, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; Impresso da União dos Vereadores do Rio
Grande do Sul – UVERGS, divulgando o XXIV Congresso Estadual de Vereadores do
Estado/RS. Após, o Vereador Juarez Pinheiro registrou a vitória alcançada pelo
Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense em jogo de futebol contra Sport Club
Corinthians Paulista ocorrido no dia doze de novembro do corrente. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal, destacando falar em nome
pessoal e não da Bancada, teceu considerações acerca do quadro hoje apresentado
pela economia brasileira, afirmando estar ocorrendo censura na divulgação de
dados acerca deste assunto. Também, comentou artigo publicado no jornal “O
Farol”, editado pelo Clube Militar, intitulado “Militares querem a demissão da
equipe econômica”. A seguir, o Vereador Clovis Ilgenfritz formulou Requerimento
verbal, solicitando cópias das notas taquigráficas do pronunciamento do
Vereador Pedro Américo Leal, Requerimento este deferido pelo Senhor Presidente,
após a anuência do Orador. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Felipe Flores Pinto, Vice-Presidente do Centro
Acadêmico André da Rocha, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul – UFRGS, que, declarando que “o conhecimento produzido por um
País é questão de Soberania Nacional”, defendeu a formação de uma Frente
Parlamentar de Defesa da Universidade Pública e Gratuita. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini, destacando que as universidades públicas
são responsáveis por oitenta e cinco por cento da produção de conhecimento no
País, apoiou a proposta apresentada pelo Senhor Felipe Flores Pinto, de
formação de uma Frente Parlamentar de Defesa da Universidade Pública e
Gratuita. Ainda, sugeriu a realização, pela Comissão de Educação, Cultura e
Esportes, de audiência pública acerca do assunto. O Vereador Clovis Ilgenfritz
ressaltou a importância dos pronunciamentos hoje efetuados pelo Vereador Pedro
Américo Leal e pelo Estudante Felipe Flores Pinto, discorrendo acerca da
situação econômica e social observada no País e classificando a atual equipe
econômica do Governo Federal como “submissa aos interesses de grandes capitais
multinacionais, em especial do Fundo Monetário Internacional”. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento da Vereadora Maria do Rosário, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Cyro Martini, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em
continuidade, o Senhor Presidente registrou o comparecimento dos Senhores Peter
Wilms, Ivan Lazzarotto e Paulo Roberto Botega, respectivamente, Presidente,
Vice-Presidente Jurídico e Diretor de Marketing da Associação de Dirigentes de
Vendas do Brasil - ADVB, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos. Após,
concedeu a palavra ao Senhor Peter Wilms, que historiou acerca da fundação da
ADVB, destacando ser esta uma entidade sem fins lucrativos e de cunho
fortemente acadêmico, objetivando a qualificação e valorização profissional dos
integrantes da área de marketing e gestão empresarial. Após, o Senhor
Presidente procedeu à entrega, ao Senhor Peter Wilms, de cópia do projeto do II
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental – PDDUA, agradeceu a
presença de todos e declarou suspensos os trabalhos às dez horas e nove
minutos, nos termos regimentais, sendo reabertos às dez horas e vinte e sete
minutos, constatada a existência de “quorum”. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 30/97, o Projeto de Lei do Executivo nº 41/98; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 151 e 161/98. A seguir, constatada a existência de
“quorum”, foi aprovado Requerimento verbal da Vereadora Sônia Santos, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Após,
foi apregoado Requerimento do Vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde, no período de treze a dezessete de novembro do corrente,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Milton
Zuanazzi, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento. Também, foi apregoada comunicação do Vereador Nereu
D’Ávila, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente João
Bosco Vaz de assumir a vereança em substituição ao Vereador Pedro Ruas. Em
prosseguimento, constatada a existência de “quorum foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Henrique Fontana, solicitando Licença
para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Executivo nº 25/98, por vinte e seis votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO,
após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Cláudio
Sebenelo e José Valdir e encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol,
em verificação de votação solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, após ter sido
aprovado em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Maristela
Maffei e Milton Zuanazzi, Não o Vereador Luiz Braz e tendo optado pela
Abstenção o Vereador Nereu D'Ávila. Durante a discussão do Projeto de Lei do
Executivo nº 25/98, os Vereadores Décio Schauren e Pedro Américo Leal cederam
seus tempos aos Vereadores Renato Guimarães e Cláudio Sebenelo,
respectivamente. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 45/98, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Juarez Pinheiro e Cláudio Sebenelo. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Giovani
Gregol e prestou informações acerca do Projeto Câmara 2000. Em Discussão Geral
e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 106 e 76/98.
Na ocasião, foi apregoado Requerimento do Vereador Antônio Losada, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº
139/97 (Processo nº 2382/97) seja retirado da Ordem do Dia nos termos do artigo
81 da Lei Orgânica Municipal. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Resolução nº 31/98, por vinte e seis votos SIM, após ser
discutido pelo Vereador Cyro Martini, tendo votado os Vereadores Antônio
Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Dib, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini,
Maristela Maffei e Milton Zuanazzi. Às doze horas e quatorze minutos,
constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Juarez Pinheiro e Paulo Brum e
secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Guilherme Barbosa,
este como secretário “ad hoc”. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Com a palavra o Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, esta Cidade, ontem, teve
um momento especial numa de suas esferas de atividade: futebolística,
desportiva e de lazer. Um clube desta Cidade demonstrou, ao final, a partir da
parte intermediária do Campeonato Nacional de Futebol, uma recuperação
esplendorosa, mostrando a importância de quando nos organizamos e trabalhamos
de forma correta. O Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, que era tido inclusive
como candidato ao rebaixamento, conseguiu uma recuperação espetacular,
dignificando a Cidade de Porto Alegre, bem a representando e a todo o Estado do
Rio Grande do Sul. Então, gostaria que fossem registrados os nossos votos de
parabéns aos atletas, à Direção, ao Conselho e, principalmente, ao seu
treinador Celso Roth e a toda a nação de gremistas, que, segundo pesquisa
recentemente realizada, é a maior torcida do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: É claro que esta manifestação do Ver.
Juarez Pinheiro acredito que seja também da Casa, porque todo o Rio Grande do
Sul está contente com a classificação do Grêmio.
O
Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
PPB.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Mesmo
utilizando o tempo de Comunicação de Líder, falo em meu nome, não de minha
Bancada. Quando os economistas de todo mundo, inclusive o renomado economista
Dorsbusch, em 1997, apontava a economia brasileira como frágil. suas previsões
foram rechaçadas por Pedro Malan e sua equipe econômica. Porque era descabida a
colocação dos economistas do mundo. Eles que se envolvessem com as suas aulas e
conferências. Todos se lembram disso. Pedro Malan afirmava que a economia
brasileira era estruturada e não era! Que tinha reservas sólidas e não tinha.
De lá para cá a razão ficou com Dorsbusch, dois ou três pacotes foram feitos
neste País “a toque de caixa”. Mas o que é que há com a economia do Brasil?
Quem são esses senhores que a dirigem? Quem é esta equipe econômica hoje posta
em dúvida por toda a família militar do Brasil? Isso tudo com o silêncio da
nação, porque ninguém divulga nada, há uma censura total no Brasil. Eu tenho
aqui um artigo que pública que a família militar está contra a equipe
econômica.
Mas
como justificar que toda a economia do mundo periclitava? Mas como, meus
amigos? A nona economia do mundo em perigo? Pagando vexame, recebendo um pacote
de todos os grandes bancos mundiais, de 20 nações, inclusive de Portugal. O que
é que V. Ex.as têm a me dizer? Vexame! Podem chamar do que quiserem,
mas é um vexame! Por que não vendemos os nossos produtos aos nossos parceiros
econômicos nesta economia globalizada? Por quê? É a pergunta. Eles nos vendem
quinquilharias destruindo nossa produção, desempregando os nossos operários e
empregando os deles. Por que vivemos da desconfiança dos investidores
internacionais, financiando um déficit crônico em nossa conta corrente? Onde
pensamos em construir uma poupança interna. Soberania nacional - já defini no
outro Plenário, fui eu que tive oportunidade de definir, não que V. Ex.as
não soubessem o que seja. Mas eu tive a oportunidade de definir o que seja
soberania nacional.
Soberania
nacional em economia globalizada é livrar-nos da dependência do capital
externo, pouco a pouco. Enquanto as taxas de juros, para suportar esta taxa de
câmbio irreal, mirabolante, enquanto prosseguimos nesta jornada, aumentamos
nossa dívida interna, tentamos pagar a dívida externa, exibindo triunfalmente
uma inflação baixíssima, mas a que preço? O que adianta se ter uma inflação
baixíssima com um País esmolambado, sendo a nona economia do mundo, um
paradoxo?
Não
há soberania nacional se as taxas de juros são decididas pelo capital
especulativo. Eles decidem qual vai ser a taxa de juros. V. Ex.as
têm dúvida?
Um
País com 8% de déficit em seu Produto Interno Bruto não é confiável. Até os
especuladores sabem disso.
O
Banco Central não conseguiu colocar títulos no mercado. V. Ex.as se
recordam disso. Não conseguimos colocar títulos no mercado há dois meses, foram
rejeitados. E o Banco Central recuou, muito diplomaticamente, mas recuou.
O
País está vulnerável. A equipe econômica se faz de tranqüila ou está alienada.
O percentual de 43% da dívida mobiliária federal são de títulos do Tesouro Nacional,
pós-fixados. Pós-fixados, não pré-fixados; juros altos, é quebradeira, surgiu
deste pacote humilhante, que agora está sendo concedido “a toque de caixa”, às
pressas por todas as economias do mundo; que buscam salvar o Brasil, salvar a
nona economia do mundo, mas como se justifica isso? A nona economia do mundo!
Então o mundo está em perigo! Eles precisam que nós paguemos as nossas dívidas
para eles também não se abalarem e falirem.
Eu
leio, no artigo publicado no jornal O Farol, editado pelo Clube Militar
intitulado: “Militares querem a demissão da equipe econômica”. Por que isso não
é divulgado? Aqui está: quatorze mil sócios do Clube Militar, está o Grupo
Guararapes, aqui estão todos os grupos de soldados do Brasil, que estão
profundamente preocupados com a situação nacional, mas por que ninguém diz
nada? Por que não divulgam isso? O Jornal
do Comércio, a Zero Hora, o Correio do Povo, o Jornal da Manhã, o Globo,
por que não divulgam isso? Respondam! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereadores, por uma falha deste
Presidente, eu não havia notado que os integrantes do Centro Acadêmico André da
Rocha, que vão participar da nossa Tribuna Popular, já se encontravam
presentes.
Nós
cedemos o Tempo de Liderança, antes, ao Ver. Pedro Américo Leal, que não é o
costume da Casa, mas passaremos, agora, à Tribuna Popular.
Antes,
porém, registramos a presença do Sr. Peter Wilms, Presidente da Associação de
Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB, que participará conosco, da Sessão em
seguida. Ele vem acompanhado do Vice-Presidente Jurídico da ADVB, Sr. Ivan
Lazzarotto e do Diretor de Marketing, Sr. Paulo Roberto Botega, que nos honram
com as suas presenças.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, ao mesmo tempo que cumprimentamos
os nossos visitantes, faço um Requerimento a V. Ex.ª para que o Ver. Pedro
Américo Leal permita a distribuição da cópia de seu discurso para este
Vereador, pois é um discurso de importância maior, que devemos levar muito a
sério.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal já está
assentindo.
Passamos
à
O
Sr. Felipe Flores Pinto, Vice-Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha -
Faculdade de Direito/UFRGS, está com a palavra pelo tempo regimental de 10
minutos.
O SR. FELIPE FLORES PINTO: Bom dia, senhoras e senhores! Quero
dizer que venho aqui diante de V. Ex.as, não representando somente a
minha entidade, - os estudantes de Direito da UFRGS -, mas venho também
representando todos os estudantes da Universidade Federal. E o tema, que eu
quero convidar V. Ex.as à reflexão, é um tema que não abrange só o
Estado do Rio Grande do Sul, não diz respeito somente à União Federal, mas diz
respeito também a Porto Alegre, pois a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, antes de mais nada é uma instituição de Porto Alegre, que surgiu em Porto
Alegre com a Faculdade de Farmácia, com a Escola de Engenharia, com a Faculdade
de Direito.
Primeiramente
quero passar a notícia de que no dia de ontem realizou-se no Salão Nobre da
Faculdade de Direito uma Assembléia-Geral dos Estudantes. Mais uma vez os
estudantes de Direto tomam a dianteira no processo de defesa da universidade
pública. E nessa Assembléia nós discutimos questões emergenciais, que dizem
respeito à Universidade nesse final do ano e provavelmente no início do ano que
vem. O impacto que o pacote fiscal do Governo Federal terá sobre o orçamento
das universidades, e aí questões bastantes práticas, principalmente no que se
refere aos restaurantes universitários dos quais depende a subsistência de boa
parte dos estudantes universitários. Em relação às verbas da Universidade, como
um todo, quero advertir que o pacote fiscal prevê a redução do Orçamento do
Ministério da Educação em pelo menos 12%. Ontem o Ministro Paulo Renato de
Souza anunciou que só para orçamento das instituições federais de ensino
sofrerá uma redução de 570 milhões.
É
nesse sentido que, a partir dessa Assembléia, e uma discussão que tem sido
feita junto à sociedade civil do Estado Rio Grande do Sul e de Porto Alegre, estamos
propondo a formação de uma Frente Parlamentar de Defesa da Universidade Pública
e Gratuita. Esse tema universidade pública não diz respeito ao privilégio de
uma categoria, de grupo de estudantes, mas diz respeito à própria ordem pública
do Estado Brasileiro. E eu acho que é um tema que não é só preocupação do Ver.
Pedro Américo Leal, mas também do Ver. Hélio Corbellini, é uma preocupação do
Ver. Cláudio Sebenelo, que o conhecimento que é produzido em uma nação, é uma
questão de soberania nacional, uma questão de ordem pública. Assim como o voto,
assim como o tributo são preços da democracia, o domínio sobre o conhecimento
que é produzido entre seus pares também faz parte desse preço. Eu acho que nós
não podemos prescindir da defesa da universidade pública, ela quem produz a
maior parte do conhecimento, a maior parte das pesquisas científicas realizadas
neste país é feita por ela, e também é a universidade pública quem propõe o
acesso aos mais necessitados, que permite que eles ingressem no ensino superior.
Então,
eu volto a dizer que essa Frente Parlamentar, que já conta com integrantes
desta Casa e também com integrantes da Assembléia Legislativa do Estado, que se
comprometeram nesse sentido, não é simplesmente uma discussão política e não
diz respeito a nenhum partido, é uma discussão de política com “P” maiúsculo,
uma política de projeto nacional, de idéia, de ensino e de idéia de educação.
Por último, para encerrar, quero lembrar a todos que questionar o sistema
federal de ensino faz parte do questionamento da Federação, que é um
questionamento que se deve fazer agora, principalmente pelos municípios, por
ser a nossa Federação, uma Federação que tanto prejudica, que tanto onera os
municípios e que é tão centralizada no Governo Federal. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O
Coronel fez várias perguntas e adicionaríamos uma, dentro do que o caro Felipe
nos colocou: a quem interessa, em nossa sociedade, que a produção científica
pare? Por que será que todos falam - e não há um partido que não adote esse
discurso - que a educação e a universidade são prioridades; mas, na prática,
isso não acontece? A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ou a
universidade pública, no Brasil, tem a sua produção científica em 85%, o que
eqüivale a 0.8% do conhecimento produzido no mundo. Está à frente de todos os
países latino-americanos. E as universidades federais, no Brasil, acumulam 82%
das matrículas de mestrado e 92% de doutorado. Esse corte de 57% nas verbas de
manutenção da Universidade e a intenção clara do Ministério, inclusive já com
preço determinado de cobrar a matrícula, é um acinte à nossa sociedade e às
suas características.
Esse
convite que o Felipe vem nos fazer, da formação de uma Frente Parlamentar em
Defesa da Universidade Pública e Gratuita, que é muito mais do que isso, é em
defesa do desenvolvimento tecnológico que vai - e só tem essa forma no mundo
globalizado de hoje - efetivamente, possibilitar que se gerem novos mecanismos
para geração de renda e de emprego. Nós todos aqui - duvido que tenha um
partido ou um Vereador que não queira - temos que nos perfilar e nos aliar aos
estudantes universitários em defesa da Universidade. A universidade pública do
Brasil, a Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul, abriga o
estudante que é desprovido, o estudante que não tem condições financeiras e
querer cobrar essa mensalidade é alijá-lo mais ainda da ascensão social.
Então,
eu reitero à Comissão de Educação desta Casa que promova uma audiência pública
para que possamos discutir com a sociedade a importância disso e tentar, em
cima das nossas influências, fazer com que este Governo mude; que corte, se
necessário, mas em outras áreas.
Espanta-me,
Coronel Pedro Américo - e acho que isso é também uma questão de segurança -
pois os militares não podem apenas ficar contra a equipe econômica do Governo,
os militares tem que estar a favor das questões nacionais como essa. Muito mais
do que ser contra é ser a favor. Que saiam das suas casernas, Coronel!
Preocupa-me quando os militares só se reúnem nas casernas. Tivemos um passado
não muito glorioso. Ouvi seu depoimento dizendo que quando eles ficam nas
casernas as coisas podem não ser muito a favor da democracia. É função, sim,
dos militares que eles se aliem a nós, parlamentares, em defesa da universidade
pública. Fica a minha sugestão, Ver. Sabino, de que se reuna a Comissão de
Educação, isso é essencial, em defesa do interesse dos nossos jovens de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradeço pela presença do Felipe Flores
Pinto, Vice-Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha, da Faculdade de Direito
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acredito que esse assunto é do
interesse de toda a sociedade, a defesa da universidade pública e gratuita, não
só o Felipe ou um ou dois Vereadores pensam da mesma forma, mas acredito que a
sociedade brasileira tem essa intenção de fazer com que de uma forma ou de
outra isso possa ser possível, que possamos fortalecer a universidade pública
gratuita. Sobre isso é que veio falar aqui o Felipe Flores Pinto que é
Vice-Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha.
A
Ver.ª Maria do Rosário solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de
hoje, 13.11.98.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de licença da Ver.ª Maria do Rosário, e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Bancada do nosso Partido, o PT, através das Vice-Lideranças - Gerson Almeida,
Renato Guimarães e demais Vereadores - delegaram-me essa tarefa difícil.
Consideramos importante que não fique sem um pronunciamento do Partido dos
Trabalhadores, em função de duas questões que foram tratadas aqui: a primeira,
trazida pelo Cel. Pedro Américo Leal - Coronel, porque é Coronel-Vereador, em
função disso conhece profundamente as lides militares do País e tem sido um
combativo vigilante, trabalhador pela causa da soberania nacional.
Não
é a primeira vez que ouvimos aqui, neste Plenário, pronunciamentos fortes e
corajosos, devido, às vezes, às circunstâncias e conjunturas, que não são muito
favoráveis. Mesmo assim, ele tem sido enfático em dizer que há questões erradas
e que estão sendo acobertadas, não só pelo Governo Federal, pela forma como as
coisas estão acontecendo no País, mas pela grande mídia, que faz de conta que
está tudo bem. Isso foi o que aconteceu, via de regra, no processo de disputa
eleitoral, principalmente na questão nacional, quando parece, pelos programas
oficiais, que o Brasil vive em lua-de-mel com a prosperidade, com a riqueza,
com a bonança e a felicidade geral, quando se sabe que isso não é verdade e que
o inverso está acontecendo, principalmente quando o Governo adota medidas de
descaracterizar a cultura nacional, de tirar do povo brasileiro a sua
dignidade, a sua soberania sobre o seu destino quando trata,
indiscriminadamente, da forma mais entreguista possível, do sucatamento do
Estado e das suas principais empresas públicas, como é o caso da Vale do Rio
doce e outras empresas que estiveram sob a mira da privatização, algumas já
privatizadas, infelizmente, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, a CEE, CRT,
Banco Meridional e tantos outros.
Queremo-nos congratular com o discurso do
Ver. Pedro Américo Leal, no seu conteúdo, nas preocupações que ele mostrou no
setor militar neste País, que não é a primeira vez que ficamos sabendo. Já
tivemos, - quando éramos Presidente desta Casa, no ano passado -, depoimentos
fortes de comandantes do Exército, aqui na Região Militar Sul, quando diziam
das suas preocupações com relação a esse processo que está acontecendo no
Brasil, da desconstituição do caráter nacional, da desconstituição daquilo que
nós, com tanto orgulho e com tanto sofrimento, conseguimos construir. Hoje
sabemos que a equipe econômica está absolutamente submissa aos interesses do
consenso de Washington, aos interesses, como diz o Brizola, do grande capital
multinacional, em especial do FMI, do Banco Mundial, e os nossos ministros vão
lá, de joelhos, aceitar todas as exigências. E cada vez que o Brasil se
vangloria de estar conseguindo um grande empréstimo do FMI ou do Banco Mundial
que envolve diversos países, é mais um momento de submissão, é mais um degrau
na escada da submissão que o Brasil consegue atingir, e nós, cada vez mais,
vamos perdendo a nossa identidade e cada vez mais há desemprego, miséria., cada
vez mais se desconstitui o tecido nacional.
E,
hoje, para somar a este discurso, que é fundamental no momento histórico
brasileiro, não deve mais ser motivo de esquecimento, nós vemos a universidade
brasileira, a universidade pública, sendo incluída no rol das privatizações, o
que já está em vista pelo atual Governo, pelos setores dominantes.
Nós
queríamos dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que não é só o corte de
verbas, porque em 1961, no início da década de 60, a universidade brasileira
tinha dois terços da universidade pública e gratuita. E, hoje, a universidade
brasileira tem menos de um terço de universidade pública e gratuita e cada vez
mais estão tentando sucatear a universidade para passar às mãos dos setores
privados. Hoje, além do Relatório Atkinson, que foi feito no início da década
de 60, que foi o início de todo um processo de departamentalização e de
desconstituição do ensino público neste País. Hoje nós estamos vendo que eles
estão querendo completar este ciclo com todos estes problemas que estão
acontecendo e muito bem relatados, aqui, pelo Vice-Presidente do Centro
Acadêmico André da Rocha, tradicional Centro Acadêmico do nosso Estado, Felipe
Flores Pinto, com quem nos congratulamos. E vamos lutar numa Frente Parlamentar,
no movimento social, nos movimentos partidários e suprapartidários, para que se
faça a defesa da universidade pública, gratuita e de boa qualidade, como é a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da qual nos orgulhamos e
acompanhamos o excelente trabalho da sua Reitora Wrana Panizzi. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez agradecemos a presença do
Vice-Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha, Felipe Flores Pinto, e
dizer que esta Casa estará sempre aberta para que V. S.ª possa continuar
tratando deste assunto, porque eu acredito que estas discussões devem se
estender por toda a sociedade. É um assunto que interessa não apenas a um
segmento, mas interessa a todos os segmentos da sociedade, já que a universidade
pública gratuita é uma das lutas e das bandeiras que acredito que não deve
pertencer a um só pensamento, a um segmento da Cidade, mas a toda a sociedade.
Agradeço a presença de S. S.ª e colocamos mais uma vez a Casa à sua disposição.
O SR. FELIPE FLORES PINTO: Sr. Presidente, na minha manifestação,
esqueci de mencionar que a Assembléia de ontem, foi convocada pelos estudantes
da UFRGS, não somente pela minha entidade, mas também pelo Diretório Acadêmico
da Escola de Economia, pelo Centro dos Estudantes Universitários de Engenharia
da Universidade, do Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação e pela
representação regional da União Nacional dos Estudantes. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Senhores Vereadores, estamos recebendo
hoje uma visita que honra muito esta Casa por todo o trabalho que a Associação
dos Dirigentes de Vendas - ADVB tem realizado no Rio Grande do Sul, para o
desenvolvimento do setor de vendas do Estado. Mais uma vez estamos recebendo o
dirigente da ADVB, o Sr. Peter Wilms, Presidente daquela entidade. Convidamos
para passar à Mesa o Sr. Ivan Lazzarotto, que é Vice-Presidente jurídico da
ADVB e também o senhor Paulo Roberto Botega, que é Diretor de “marketing”.
Há
algum tempo, falando com o Presidente da ADVB, numa das tantas vezes em que
fomos honrados com o convite para participar das atividades daquela entidade,
manifestamos o desejo de que o Presidente da ADVB pudesse vir até a esta Casa,
como nosso convidado, para colocar aos senhores Vereadores, que representam a
sociedade porto-alegrense, aquilo que a entidade está realizando na atualidade,
o trabalho que a ADVB está realizando em prol desta sociedade.
Hoje,
está nos visitando o Presidente da entidade, juntamente com dois diretores.
Solicitamos que o Sr. Peter Wilms use a nossa tribuna e no dê a honra de falar
um pouco sobre esta entidade que é a Associação dos Dirigentes de Vendas do
Brasil - ADVB.
O SR. PETER WILMS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Inicialmente, o agradecimento da
ADVB pela oportunidade de poder lhes dirigir a palavra, nesta data, onde a
minha intenção, juntamente com os meus colegas, é passar para V. Ex.as
o que é a ADVB, as nossas principais atividades ao longo dos anos e também na
atual gestão, o que estamos compondo com a minha diretoria.
A
ADVB foi fundada há 37 anos, sua antiga sede era no antigo Palácio do Comércio
onde hoje permanece a FEDERASUL, é uma entidade sem fins lucrativos e que atua,
fortemente, na área acadêmica, na área de capacitação profissional,
principalmente, com produtos e serviços dirigidos aos profissionais de
marketing e vendas deste Estado e, freqüentemente, fora daqui. V. Ex.as
estarão recebendo uma pasta com algum material, algumas promoções que estamos
realizando. Peço que dêem a devida atenção. Passam pela ADVB, atualmente, mais
de cinco mil alunos por ano. São mais de cem mil alunos desde a sua fundação,
há 37 anos, que usufruem, atualmente, de uma oferta superior a 20 cursos
diferenciados por mês. Cada mês, temos os mesmos cursos ou cursos específicos
para determinada sazonalidade. Os vendedores e marqueteiros têm que estar
atentos às flutuações de mercado. Temos dentro do nosso quadro associativo mais
de mil empresas que contribuem com a entidade que, evidentemente, têm um papel
fundamental na nossa sustentação, no nosso quadro de custos fixos e o resto é
desempenho da gestão da entidade em mantê-la viva e pujante.
Dentro
da área de marketing, que é a nossa principal vitrine para a comunidade, de
onde a maioria dos Senhores devem e conhecer a ADVB, temos várias atividades ao
longo dos anos. Eu gostaria de destacar as principais que realizamos em caráter
anual. Inicialmente, nós temos o “Prêmio Exportação”, onde são premiadas e
distinguidas aquelas empresas que tiveram um excelente desempenho do ano
anterior para o ano subseqüente nas suas atividades comerciais. Essa premiação
é baseada em critérios de venda. São estatísticas em dólares norte-americanos
que nos são fornecidas pelo sistema de exportação brasileiro em parceria com a
Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais deste Estado.
Temos,
também, com grande ineditismo, lançamos no ano passado, aproveitando a
oportunidade do meu antecessor que falava da UFRGS, o Prêmio “Top
Universitário”, que é uma atividade que visava a reconhecer o talento
acadêmico, principalmente, na área da Administração de Empresas que é onde a
ADVB pode se identificar mais, porque não teríamos, jamais, competência de
outorgar um prêmio em Biologia ou Medicina, ou qualquer área correlata, mas sim
na parte de gestão empresarial, pois este é o nosso foco.
Nós
criamos o “Top Universitário” onde premiamos, em todo o Rio Grande do Sul, com
um carro popular, o Fiat-Uno, para trabalhos de conclusão em Administração de
Empresas. Esse prêmio foi um grande sucesso por dois aspectos: Inicialmente,
pelo ineditismo do prêmio, não havia, em nível brasileiro, uma entidade tão
preocupada com o desenvolvimento e o reconhecimento do talento, isso é
importante destacar, nas universidades brasileiras. Na primeira edição contamos
com mais de quarenta trabalhos inscritos, provenientes de todas as
Universidades e Faculdades de Administração de nosso Estado. Para uma
felicidade maior, o Prêmio foi para uma menina que estudava na UNIJUI, em Ijuí
e isso deu um valor adicional ao Prêmio, porque ele foi para o interior do
Estado, saindo um pouco das grandes organizações PUC, UFRGS e UNISINOS e isso
contribui para dar maior credibilidade e valor a esse Prêmio que foi elaborado
e julgado de uma forma bastante democrática.
Lançamos,
este ano, para premiar, ao longo do ano que vem, também, o “Designer Excelent”.
Esse é um prêmio que visa a premiar a habilidade dos profissionais na área de
“designer”. Essa é uma tendência forte na área de “marketing” e venda das
empresas. Nós identificamos o “designer” como o mais novo instrumento
mercadológico utilizado pelas empresas, num mundo onde os produtos estão, hoje,
cada vez mais similares e iguais. A diferenciação se dá através do serviço,
pela qualidade e, agora também, pelo “designer”.
O
grande prêmio deste ano será uma estada de duas semanas no Reino Unido, na
Inglaterra, onde o vencedor do projeto estará visitando os principais centros
de “designer” desse país. Contamos, felizmente, com a parceria da Embaixada
Britânica do Brasil para esse projeto, e também com o apoio de patrocínio da
COPESUL Petroquímica.
O Top de Marketing é o evento mais conhecido de todos, é o nosso maior e principal evento, é o maior prêmio que a entidade outorga na Comunidade Empresarial do Rio Grande do Sul. Está com algumas inovações significativas introduzidas ao longo deste ano que foram, principalmente, a criação de categorias nas diversas áreas empresariais. Antes o prêmio era outorgado a seis empresas, também avaliadas e julgadas por uma comissão julgadora, porém neste ano nós segmentamos a avaliação, criamos as categorias indústria, serviços, varejo, saúde, entretenimento e educação/cultura. Fizemos isso porque se observa, primeiramente, uma necessidade de as empresas poderem direcionar mais sua competitividade, o seu caso de sucesso, e isso facilitou que as empresas focalizassem sua atividade e, principalmente, permitiu a participação de médias e pequenas empresas, que antes se assustavam porque somente as grandes ganhavam - e isso era uma mera coincidência -, mas passava para a comunidade um certo medo de concorrer a esse prêmio. Tanto é assim que até hoje, 13 de novembro, temos um recorde de inscrições, temos mais de trinta cases inscritos; o prazo de inscrições se encerra no próximo dia 20, temos uma expectativa de chegar até os quarenta cases, se Deus quiser. Historicamente esse número não ultrapassava as vinte inscrições.
De
uma certa forma conseguimos democratizar o prêmio, mantivemos a atual formação
da comissão julgadora, que é mantida em sigilo até a noite de entrega, e os
critérios de votação são enviados a uma empresa de auditoria para dar uma
grande credibilidade. O maior atrativo é que o vencedor só é conhecido na noite
de entrega do prêmio, então a expectativa vai até o último minuto. Sequer eu,
como Presidente da entidade, fico sabendo do resultado da votação, por isso
contamos com uma empresa de auditoria, que dá uma seriedade muito grande, e a
expectativa permanece até a entrega do prêmio, o que realmente causa um grande
“agito” no nível empresarial de Porto Alegre e nas agências de propaganda,
porque muitas elaboram os cases para suas empresas. Fica uma expectativa muito
grande no ar e uma grande festa de comemoração na noite de entrega do prêmio.
Como
V. Ex.as podem observar, a ADVB está sempre atenta e contribuindo
para o desenvolvimento dos profissionais de vendas e marketing aqui do Estado,
e, o que é fundamental, temos que estar sempre inovando e sendo criativos. Nós
mesmos, no nosso ramo, algumas vezes competimos com a UFRGS, que aqui estava há
pouco tempo, existe a SPM em Porto Alegre, somos um entidade sem fins
lucrativos, precisamos nos comportar como uma empresa independente, porque
temos que ser muito competitivos, buscando sempre novas soluções para os nossos
problemas, fornecendo oportunidades de ensino e novos prêmios.
A
ADVB tem que estar atenta às novas tendências para poder se inserir, de alguma
forma, nesse contexto. No final de 1997, inauguramos o Centro Cultural da ADVB,
na Av. Beira-Rio, um sonho de todas as diretorias. Eu tive a felicidade de
participar da gestão anterior, do meu querido amigo Daniel Tevah, quando
concluímos esse sonho. Hoje temos uma belíssima sede, ampla e iluminada, com
todo o conforto, ar-condicionado, que proporciona um ambiente tranqüilo para o
ensino, inclusive alguns eventos de médio porte podem ser realizados nessa
sede. Ressalto que, como uma entidade sem fins lucrativos, a entidade não é
nossa, é da comunidade, ela está sempre à disposição de todos os senhores, das
empresas e de outras entidades de ensino.
Fazendo
jus a esse nome, Centro Cultural ADVB, a partir deste ano, começamos a realizar
algumas atividades no âmbito cultural. Nós entendemos que, a medida que as
economias evoluem, a economia brasileira tem evoluído nos últimos anos, o nível
cultural da comunidade, o interesse pela atividade cultural realmente desperta
mais. Observa-se isso pelo crescente número de atividades culturais, pelo
crescente interesse de empresas em patrocinar tais atividades. Nós estamos
atentos a isso, primeiro queremos criar a cultura de que a ADVB é também um
espaço de exposição e, em parceria com a Prefeitura, este ano, participamos do
Atelier Livre de Arte, em junho/julho deste ano.
A
ADVB fez uma belíssima exposição com novos talentos da área cultural, um
trabalho coordenado pelo Atelier Livre da Prefeitura Porto Alegre. Realizamos
um concurso com os artistas plásticos da Capital, dando o briefing (sic) para
eles, é dito a característica de cada prêmio e eles nos trazem um prêmio bolado
por eles. Há uma pequena comissão julgadora, nós também contratamos uma
profissional cultural para nos ajudar na avaliação dos prêmios. Nós
incentivamos que esses artistas contribuam com o seu talento, recentemente foi
dado o Prêmio Exportação ao artista Gustavo Nakle; a artista Beth Melo estará
entregando o Prêmio na área do Design e, por aí afora. Isso mobilizou muito, é
uma atividade pequena, não se fez muito agito em cima dela, mas ela mobilizou
fortemente os artistas, que ficaram muito consagrados e, evidentemente, a gente
divulga com muita intensidade o nome do vencedor após o conhecimento.
Neste
último fim de semana realizamos o Primeiro Curso de Produção e Marketing
Cultural do Estado, porque temos uma carência muito grande em várias partes,
tanto de profissionais da área de marketing cultural, que são muito bons em
cultura mas, às vezes, existe dificuldade em ‘vender o seu peixe’, quanto para
as empresas que nem sempre entendem a complexidade e os benefícios na íntegra
de uma lei de incentivos em benefício à cultura. Então, trouxemos uma
profissional de São Paulo e fizemos um curso que excedeu às expectativas, e
tivemos que ampliar de 35 para 45 vagas as inscrições. Houve gente que ficou de
fora e, tal foi o sucesso do curso que, no domingo, ao meio-dia, os alunos se reuniram
e criaram a Associação Gaúcha de Produtores Culturais. Para nós é uma alegria
muito grande que, dentro da nossa Casa, surjam novas categorias, novas
entidades que contribuam, de certa forma, para o desenvolvimento profissional
de todos.
Então,
em rápidas palavras, essa é a nossa contribuição social. Temos um importante
papel social na comunidade, tanto que os nossos cursos são bastante acessíveis,
destinados a uma camada bastante grande das empresas, o nível operacional das
empresas é que freqüenta a maior parte dos nossos cursos. Estamos prospectando
trabalhos na área de gestão das empresas, para diretores e altos executivos,
mas o cerne da ADVB, o nosso núcleo de concentração realmente é prospectar,
tanto que passam por lá mais de cinco mil alunos. Esse é o papel social da ADVB
para a comunidade rio-grandense, o que é muito importante.
Gostaria
de agradecer, mais uma vez, pela oportunidade, ao Presidente Luiz Braz pelo
convite, pela presença dos meus colegas, o Paulo e o Ivan, e atenção de todos
os Senhores e coloco-me à disposição para qualquer pergunta. Os Senhores estão,
neste momento, recebendo o nosso material. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Presidente da ADVB, Peter Wilms,
quando fazia sua exposição ele falava em “case”. Realmente eu não sabia
traduzir para o nosso linguajar do dia-a-dia o que seria o “case”. Então,
perguntei ao Diretor Jurídico o que é o “case”. O case é a forma como as
diversas imprensas oferecem as suas histórias de sucesso para serem julgadas
pelas comissões lá da ADVB e aí surgem os campeões em top de Marketing, em top
de Exportação e nos diversos concursos que a ADVB promove, fazendo com que haja
um incentivo nessa área de marketing.
Nós
temos aqui na nossa Casa, Ver. João Dib, Ver. Lauro Hagemann, Relator da
matéria, que eu acho que é a matéria mais importante da década, que é o nosso
Plano Diretor e todos nós, Vereadores, temos um carinho muito especial no trato
desta matéria, pois há uma dedicação muito grande de todos os setores da Casa
para que possamos votar da melhor forma possível e com conhecimento maior de
todos os setores da nossa sociedade. Eu conversava com o Presidente Peter Wilms
e estou oferecendo uma cópia do nosso Projeto do Plano Diretor, afim de que a
ADVB, se assim o quiser, possa também opinar no Projeto que nós deveremos estar
votando de acordo com a programação, de acordo com o calendário, possivelmente,
ainda, no final deste ano de 1998. Então eu passo às mãos do Presidente da ADVB
Peter Wilms uma cópia do nosso Projeto do Plano Diretor para que esta
importante entidade possa conhecer o Projeto que está em tramitação na Casa e,
também, prestar a sua colaboração, a sua contribuição para que os Vereadores
possam estar votando esta matéria.
Quero
agradecer a presença, muito honrosa para nós, do Peter Wilms, Presidente da
ADVB; o Ivan Lazzarotto, Vice-Presidente Jurídico da ADVB; e o Sr. Paulo
Roberto Botega, Diretor de Marketing da ADVB. Vou suspender os trabalhos por um
minuto para que possamos nos despedir dos nossos convidados e posteriormente
daremos prosseguimento a nossa Sessão. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h09min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às
10h27min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC.
0847/97 – SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/97, ambos
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação da Lei nº 7054,
de 28 de maio de 1992. (delimitação do Brique da Redenção)
PROC.
3064/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/98, que declara de utilidade pública a
Sociedade Beneficente e Educacional São Cristóvão – SBSC.
2ª SESSÃO
PROC.
2999/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/98, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
altera o art. 7º da Lei nº 7969, de 21 de janeiro de 1997, que disciplina o uso
de caçambas estacionárias ou “containers” de entulhos na via pública e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
PROC.
3162/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Gildo Vissoky.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente. Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra. Desiste. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra. Desiste. O Ver.
Clovis Ilgenfritz está com a palavra. Ausente. O Ver. José Valdir está com a
palavra. Ausente. O Ver. Cyro Martini está com a palavra. Desiste. O Ver. Isaac
Ainhorn está com a palavra. Desiste. Está encerrado o período de Pauta.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento):
Eu requeiro que, tão logo entremos na Ordem do Dia, invertamos a ordem da
votação dos projetos e os votemos na seguinte ordem: PLE nº 025/98; PR nº
045/98; PLL nº 106/98; PLL nº 076/98; PR nº 031/98; PLL nº 060/97; PLE nº
007/98.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento da Vereadora
Sônia Santos. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Pedro Ruas solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 13 a 17
de novembro.
O
Ver. Nereu D’Ávila, na condição de Líder da Bancada, declara a impossibilidade
de o Ver. João Bosco Vaz assumir.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Pedro Ruas, e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
Havendo
quórum, passamos à
PROC.
2323/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/98, que cria cargos na Fundação de Educação
Social e Comunitária – FESC e dá outras providências. (Monitor)
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores: L. Braz, R. Guimarães, J. Dib, E. Sabino e E. Guimarães;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Conforme Requerimento da Ver.ª Sônia
Santos, vamos começar com a discussão do PLE nº 025/98.
Este Projeto estava sendo discutido, teve a sua discussão
adiada por uma Sessão, e hoje está sendo retomado. Já discutiram esta matéria
os Vers. Luiz Braz, Renato Guimarães, João Dib, Eliseu Sabino e Elói Guimarães.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós estamos discutindo o Processo que cria cargos na Fundação da
Educação Social e Comunitária - FESC. Este processo veio para a Casa em 24 de
junho de 1998. A Exposição de Motivos que o identifica, estabelece claramente
seu objetivo, que é a criação de trinta e cinco cargos de Monitor. Eu comento
este Projeto, Sr. Presidente, porque, por solicitação do Ver. João Dib, no dia
17 de agosto de 1998 foi considerado em Regime de Urgência e foram ouvidas, em
conjunto, a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Finanças e
Orçamento, a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação e a Comissão de
Educação, Cultura e Esportes. Como decorrência disso, nós tivemos o parecer do
Ver. Nereu D’Ávila, que propõe a rejeição do Projeto. Não sei se o parecer do
Ver. Nereu D’Ávila foi aprovado ou não, porque sobreveio a isso o art. 81. Mas
o parecer do Ver. Nereu D’Ávila, não aprovado, não discutido e não votado, é o
único parecer que tem no projeto - esta matéria não tem nenhuma manifestação
das Comissões técnicas a não ser essa do Ver. Nereu D’Ávila -, diz: “sob o aspecto
jurídico, não há óbice à tramitação do presente Projeto. No entanto, na análise
do mérito, entendemos carecer de demonstração a necessidade de ampliação de
vagas, na medida em que o Executivo omite dados que justifiquem essa medida.
Reputamos
de fundamental importância a prestação assistencial desenvolvida pela FESC,
porém, a criação de mais cargos no Poder Público exige responsabilidade,
assentadamente na atual conjuntura em que sequer se cumpre-se a lei salarial
dos servidores municipais.”
Esta
é a posição colocada em 21 de outubro pelo Ver. Nereu D’Ávila, no seu parecer,
que, repito, não foi objeto de votação. Fica então, Sr. Presidente, de forma
não contestada, essa afirmação nos autos, na medida em que a urgência que
sobreveio a essa circunstância, impediu que surgisse, até a presente data,
alguma discussão sobre o projeto. Nós temos então, como único indicativo
provindo da análise das Comissões, essa manifestação do Ver. Nereu D’Ávila, que
não foi objeto de deliberação coletiva das comissões conjuntas, conforme era a
pretensão do Ver. João Dib, quando solicitou essa audiência conjunta, quando
ensejou a elaboração do parecer - não votado, repito -, por essa circunstância
de que agora nós estamos sob o manto do art. 81.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho discutir essa matéria com a cautela que
todo esse processo está a me exigir. “Eu não teria nenhuma razão de me motivar
a votar a favor desse Projeto de Lei se o mesmo tivesse, no seu conjunto,
explicações adequadas sobre a real necessidade da criação desses cargos”, é o
que acentua o Ver. Nereu D’Ávila. Apesar dessa tramitação ter iniciado no dia
24 de julho deste ano, até a presente data essas colocações e esses
esclarecimentos cobrados pelo Ver. Nereu D’Ávila, ilustre Líder do Partido Democrático
Trabalhista, não chegaram a esta Casa. E eu, como sou homem de boa fé, digo que
ainda é tempo de chegarem. E se chegarem, podem até me convencer; se não
chegarem, eu não vou ter outro caminho a não ser, pela ausência de informações,
negar a criação desses cargos que estão sendo solicitados, sem a menor
explicação, a não ser aquela colocada na Exposição de Motivos que me parece
insuficiente para justificar uma decisão da Casa de criar cargos numa hora que,
acentuadamente, há dificuldades no relacionamento do Executivo com os
servidores do Município, onde sequer os pagamentos deferidos em decisões
judiciais vêm sendo feitos aos servidores por declarada insuficiência de
recursos por parte da municipalidade. Como criar mais cargos nessas
circunstâncias?
Esta
é a indagação que deixo colocada na expectativa de ter respostas que possam me
esclarecer adequadamente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Renato Guimarães, em
tempo cedido pelo Ver. Décio Schauren.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
interessante o debate que se faz sobre o porquê da justificativa deste projeto
da criação de cargos na FESC.
Começamos
atendendo a solicitação do Ver. Reginaldo Pujol: desde a transformação da FESC em
órgão responsável pela política de assistência social no Município de Porto
Alegre, foi muito ampliada essa política. Há um número elevado de tarefas nos
abrigos, de amparo a cidadãos necessitados e a assistência no Município passou
a ser executada por esse órgão.
Podemos
citar, por exemplo, a Casa de Convivência, que está sendo ampliada, dobrando
quase a sua capacidade de atendimento; os abrigos, onde a principal necessidade
de atendimento passa pelo monitor, que é o servidor que faz a abordagem direta,
trabalha diretamente com o cidadão que procura esse serviço.
Então,
só na Casa de Convivência, teríamos a necessidade de dobrar a equipe de
monitores, pela ampliação que está sendo feita, podendo duplicar o número de
atendimentos. Até já foi feito um debate nesta Casa, - e o Ver. Pedro Ruas e o
Ver. Hélio Corbellini acompanharam -, sobre o atendimento à chamada população o
que, em Porto Alegre, se transformou na chamada ronda noturna. Hoje temos um
serviço de abordagem ao morador de rua. Esse serviço é feito por profissionais
que parte deles, são monitores. Portanto, criou-se, nessa nova realidade, uma
necessidade de mais monitores para esse serviço. Nós tivemos, nesse período
recente, a transformação do antigo Albergue Ingá Brita em abrigo permanente. Era
um albergue que dava atendimento só à noite a adolescentes, e transformou-se
num abrigo de atendimento permanente, com isso, demandando a necessidade de
ampliar o número de monitores.
Só
esses exemplos justificam parte da ampliação dos serviços de assistência social
no Município de Porto Alegre e, conseqüentemente, a ampliação do seu quadro.
Nós
temos um conjunto de políticas, aprovado nas conferências, que encaminham
pessoas; temos a Casa para Crianças vítimas de maus tratos, que necessitam de
atendimento permanente, exigindo reforço nos seus quadros. Temos um conjunto de
situações no Município que justificam a necessidade de criarmos esses cargos
para atender e qualificar a política de assistência social e de atendimento à
população mais carente da Cidade.
O
Ver. Luiz Braz nos trouxe uma interrogação, na Sessão passada, em relação à
questão dos cargos e concursos públicos. Nós buscamos essa informação: temos um
concurso público com o seu prazo em validade até o início do ano que vem. Nesse
concurso haverá a colocação de alguns cargos e também servirá para as
necessidades de serviços e ao interesse da Administração Centralizada. O
Município, de forma centralizada, faz um concurso público e vai, conforme as
suas necessidades, utilizando esses concursados. Isso é ganho para Porto
Alegre, porque se economiza com isso, já que a cada necessidade não será
preciso abrir um novo concurso, pois esse concurso tem legitimidade para que se
chamem as pessoas para atender as necessidades. A Cidade de Porto Alegre ganha com
isso, o cidadão ganha com isso. Estão aqui os documentos no sentido desse
esclarecimento que estamos dando. Eu gostaria, finalizando, de dizer que esse
projeto, quando esteve em debate, em pauta, quando trouxemos algumas
informações, ficou evidente que ele deveria ter um certo ritmo de urgência na
Casa, porque não estamos lidando com situações futuras. Temos um abrigo que
atende adolescentes e que já está funcionando, mas há necessidades. Nós temos
uma Casa de Convivência; temos o Abrivivência, que é um abrigo para a população
adulta, que já está com carência, daí o pedido de urgência. Nós não estamos
lidando com situações futuras, estamos lidando com uma premência, que é do dia
de hoje.
Portanto, é essa a nossa discussão, também é
um encaminhamento, porque sabemos que a grande maioria, se não a maioria da
Casa, concorda com o projeto e levantou questionamentos, pedidos de
informações. Eu acredito que estamos atendendo a esses pedidos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLE nº 025/98.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos
em debatendo um projeto, encaminhado pelo Executivo, de extrema importância -
Projeto de Lei que cria cargos na FESC - Fundação de Educação social e
Comunitária. A FESC é responsável pela Casa da Passagem, pelo Abrigo Municipal
Ingá Brita, pelo Abrigo Municipal Bom Jesus, pelo Abrigo Marlene, pelo
Abrevivência, e Abrigo de Convivência. A população de Porto Alegre tem que entender
que esses abrigos protegem crianças e adultos com vulnerabilidade social. Por
exemplo: a Casa da Passagem destina-se a crianças de 7 a 12 anos, vitimadas
pela violência sexual, por maus tratos ou negligência. O Abrigo Municipal Ingá
Brita abriga adolescentes de 14 a 18 anos de idade, cujo vínculo familiar
esteja prejudicado gravemente, até que esse vínculo se restabeleça. O
arrazoado, feito pelo gabinete do Sr. Prefeito, prevê 35 monitores, sendo que
são necessários, nos quatro maiores abrigos, 16 monitores que, multiplicados
por 4, resultam na necessidade de 64 monitores. Só a Exposição de Motivos, só a
nossa vivência com o aspecto social da gravíssima carência de monitores, nos
fala pelo bom senso, sem nenhuma outra explicação, pelo mérito da matéria, pela
extrema gravidade dos problemas sociais, que são enfrentados diariamente.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Cláudio Sebenelo, cumprimento-o por sua sensibilidade,
pelos seus conhecimentos na área de assistência social. Mas o que o Ver. Renato
Guimarães deveria ter explicado e não o fez, com clareza, da Tribuna, é sobre a
dúvida que nós tínhamos. O documento que instituiu o concurso está
absolutamente correto, e espero que a sensibilidade de cada um dos Vereadores
seja igual a sua, fazendo com que o Projeto seja aprovado, pois há realmente a
necessidade dos 70 monitores, e não apenas de 35.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado pelo subsídio, Ver. João
Dib. Eu queria apelar aos Vers. Reginaldo Pujol e Nereu D’Ávila que votassem
favoravelmente ao Projeto, pela magnificência da sua intenção, pelas imensas
dificuldades sociais que esses abrigos vivem, pela carência quase candente e
pungente que esses abrigos sociais sofrem em mão-de-obra. Peço que todos os Vereadores
votem a favor e aprovem o projeto por unanimidade.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Ver. Cláudio Sebenelo, eu me surpreendo aqui, e é motivo de
minhas preocupações, porque esses projetos ficam mourejando nas Comissões, por
largo tempo, o que é injustificável. Vossa Excelência está defendendo, com
razões cabais, a necessidade de se aprovar o projeto. Mas esta Casa precisa
atentar para o fato de que as Comissões têm que produzir trabalho. Foi nosso
mister fazer uma série de inovações sobre o Regimento, que não evoluiu neste
ano. Lembro que trabalhei cinco dias do ano passado, desesperadamente,
entreguei no dia e até hoje nada sucedeu. E esse projeto está aqui desde julho.
Que Comissão é responsável por isso?
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu lhe agradeço pelos subsídios. V. Ex.ª
tem toda a razão, tanto que esse assunto deve ser motivo de um grande debate
aqui. Mas o mérito do pedido está na extrema carência de monitores nessas
áreas.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, seu tempo está
esgotado. O Ver. Pedro Américo Leal se inscreve, e cede seu tempo a V. Ex.ª,
com a aquiescência do Ver. José Valdir que estava inscrito antes.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Obrigado, Ver. Pedro Américo Leal, pela
sua gentileza. Quero ressaltar nesse projeto que, por dia, inúmeros casos de
estupro de crianças ocorrem na Cidade de Porto Alegre sem nenhuma assistência
social às vítimas. Todos sabemos de um caso ou outro que ocorre nesta Cidade,
que tem uma incidência enorme desses casos, sem a conseqüente assistência
social. Esse é um dos motivos deste projeto do Executivo, porque é um libelo, é
um pedido de socorro de uma população. Por isso, mesmo com todos os gravames
políticos que possam ocorrer, mesmo com a insuficiência de outros dados - e
concordo com os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal -, devemos ser mais
rigorosos conosco e com as nossas Comissões. Queremos que o produto do trabalho
das Comissões seja a agilização desse processo, que não pode mais esperar. O
artigo 81, desse processo, é corretíssimo, e a égide desse artigo é fundamental
para resolvermos esse problema social gravíssimo. E mesmo que partindo do Paço
Municipal, nós que temos sido opositores a projetos do Sr. Prefeito, quero
pedir a cada Vereador que este projeto seja aprovado por unanimidade, e peço o
seu voto, Ver. Pujol, no sentido de apoiar esse trabalho magnífico feito pela
FESC, principalmente nessas instituições que socialmente são tão carentes.
Ao
conhecerem esse tipo de trabalho os Vereadores constatarão as condições
dificílimas pela falta mão-de-obra. Por isso, apelo a cada Vereador que pense
no mérito social desse projeto, que vote favoravelmente. Este projeto, pela sua
gravidade, pela humanidade merece a aprovação unânime desta Casa. Estaremos
dando uma demonstração à sociedade, que, acima de querelas partidárias,
ideológicas queremos o bem estar da população. O projeto tem todo o mérito, o
quadro dos servidores deve ser aumentado, enquanto ele devolver à sociedade
esse tipo de trabalho que vai beneficiar crianças que, lamentavelmente, a
injustiça social faz delas vítimas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tive a
satisfação de dirigir a FESC na gestão anterior, no Governo Tarso Genro, onde
estruturamos os atuais programas e serviços que atualmente tem a FESC. Em 1994
esta Casa votou a Lei nº 7.414, que deu origem a toda a reformulação da FESC,
transformando-a também em um órgão de assistência social. Nós não só
encaminhamos essa Lei a esta Casa, depois de um amplo debate e estudo, como
também estruturamos os programas de atendimento sócio-educativo para crianças
nos centros comunitários e às famílias, começando, naquela gestão, com um
programa de abrigos para a população adulta e de rua. Sei muito bem qual é o
papel do monitor nesses abrigos que tratam exatamente daquela parcela da
sociedade que está extremamente fragilizada, em uma situação de risco pessoal
ou social, atingindo crianças, adolescentes e adultos. Nós tivemos a
incumbência de instituir esses programas. Reformulamos e ampliamos o abrigo Bom
Jesus para a população de rua, sofremos inclusive um sinistro, um incêndio,
naquela época; reformulamos o Abrigo Ingá Brita para crianças e adolescentes;
criamos também a Casa de Passagem para crianças vítimas de violência, e o
Abrigo Abrevivência, que trouxe muita polêmica, gerando inclusive uma CPI nesta
Casa, ali começou toda a história, porque um Vereador era contra colocar esse
Abrigo no local onde está, alegando que iria ocorrer todo o tipo de situações
desagradáveis para a Cidade, inclusive com aumento da violência e hoje,
comprovadamente, nada disso ocorreu e esse Abrigo está funcionando no local
onde deve funcionar, porque há uma tendência de a população de rua ir ao Centro
da Cidade.
Quando
a gente coloca aqui a necessidade de aumentar pessoal, esse certamente é um
pedido do Executivo, e os Vereadores preocupam-se em analisar se esse pedido é
justo, porque, afinal de contas, aumentar a máquina do Estado, do Município, no
caso, certamente é uma questão que temos de ter muito cuidado, mas nas áreas
das políticas sociais, se quisermos dar um atendimento de qualidade, ele terá
de passar, necessariamente, por um quadro funcional com quantidade e qualidade,
se não for assim, não haverá condições de dar atendimento nas áreas da saúde,
educação e assistência social.
As
políticas sociais exigem, ao contrário da lógica do estado mínimo, que o Estado
tenha profissionais em quantidade e qualidade para atender a essas situações.
No caso da assistência social, naquela época que fizemos o primeiro concurso na
FESC, quando colocamos os trinta e cinco monitores, já sabíamos que eles logo
seriam escassos, porque, para facilitar a aprovação nesta Casa, e como era uma
experiência inicial, fomos extremamente cautelosos e módicos naquele Projeto.
Mas há outro detalhe que faz com que esses monitores sejam necessários, que tem
relação com o que o Ver. Pedro Américo Leal colocou, hoje pela manhã, e com o
debate que estamos fazendo nesta Casa: a crise que se abate sobre o País, essa
política fiscal que prejudica os municípios, o desemprego que está cada vez
mais aumentando a população de rua em todas as grandes capitais. Não é só Porto
Alegre, a cada dia, temos mais pessoas desempregadas, porque a origem da
criança na rua, da população de rua, que fica embaixo das pontes, tem relação
direta com a questão do emprego e com a crise social e econômica que este País
enfrenta. Tem relação também com a diminuição dos recursos em nível federal e
estadual para as políticas sociais e com a tentativa de, cada vez mais,
responsabilizar unicamente os municípios.
Por
isso, infelizmente, temos que dizer que, a continuar essa crise, a assistência
social tem que se tornar cada vez maior, quando queremos exatamente que as
outras políticas sociais, a educação e saúde tenham solução, e a política de
assistência social seja menos necessária. Esse é o ideal, mas, na lógica, o que
estamos enfrentando com esse modelo não é o que acontece. Cada dia aumenta o
número de pessoas desassistidas nas ruas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não existem mais Vereadores inscritos
para discutir. Encerramos a discussão.
O
Ver. Henrique Fontana solicita Licença para Tratamento de Interesses
Particulares no dia de hoje.
(Obs.:
foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Henrique Fontana, e dada posse à
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLE nº 025/98.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fico
mais tranqüilo para encaminhar essa votação com a Ver.ª Maristela Maffei já
integrando o Colégio Deliberante da Casa que vai decidir dentro em breve sobre
a matéria.
Recebi
com honra o apelo que o Ver. Cláudio Sebenelo, da tribuna, me formulou e também
ouvi com muita atenção as ponderações que a Ver.ª Maristela Maffei me fez e que
me levam a balançar com relação a essa matéria, com relação ao nosso voto,
ainda que nos pareça, Sr. Presidente, que qualquer voto da nossa Bancada, nesta
hora, seria apenas uma manifestação de posição na medida em que constato que há
um consenso favorável na Casa para votação desta matéria.
Nunca
temi tomar posições, nesta Casa, que fossem antipáticas porque não é o objetivo
do vereador ser simpático nos seus votos, mas sim o de estar consciente quando
vota. De outro lado, não tenho dúvidas de que já dei demonstrações de não ser
intransigente nas minhas posições e que sou muito sensível a um bom argumento e
até tenho demonstrado essa minha característica.
Elogio
o Ver. Sebenelo do seu esforço e cumprimento a Ver.ª Maristela Maffei pelas
suas posições preocupadas com a realidade contextual em que a Cidade vive e a
Cidade não é diferente do conjunto do Estado e deste País, o que me traz
argumentos fortes no sentido de me levar a votar favoravelmente a essa
proposição. Bem que eu gostaria de não ter ouvido nesta Casa algumas coisas que
ouvi, porque parece que têm pessoas que entendem que vão combater o desemprego
neste País contratando monitores para a FESC. Ora, se esse é o objetivo, vamos
sair daqui da Casa, porque não é assim que vamos tratar desse assunto. O
problema do desemprego no Brasil é estrutural, é muito complexo e nós não
vamos, aqui, que nem bombeiro romântico querer, com algumas lufadas d’água,
acabar com o incêndio que é muito forte e muito pesado.
Eu
não tenho dúvida, Sr. Presidente, de que esta matéria propicia vários discursos
de enfoques diferenciados. Eu não tenho dúvida, também, de que o trabalho
objetivado nesta proposição de atender ao menor de rua, de dar à FESC uma
atividade que cada vez mais se acentua como assistencialista, é um discurso que
qualquer um pode sustentar. Eu acho que o Estado não deve ser assistencialista,
mas não pode fechar os olhos para uma realidade que lhe é exigida. Na minha
posição, entendo que esta é o tipo da tarefa do Estado incapaz de ser
transferida para qualquer outro ente da organização social, eis que somente ele
tem condições de fazer frente a estas mazelas sociais que estão descritas por
todos aqueles que discutiram a matéria.
Então,
estou encaminhando com a tranqüilidade, Ver. Cláudio Sebenelo, de quem é
responsável pelo votos que profere, não quero ser o soldado do passo certo,
permaneço com algumas dúvidas, mas vou aplicar no meu voto aquele princípio
latino que diz: “in dúbio, pró mísero”. Na dúvida, vamos dar este crédito de
confiança ao Município, como já demos em várias outras oportunidades. Até o
discurso do Ver. Cláudio Sebenelo, no sentido de uma verdadeira convocação a
qual as pessoas desçam do palanque, para mim não se aplica concretamente,
porque eu sei que a eleição terminou, quem tinha que ganhar já ganhou, quem
tinha que perder já perdeu. Agora, nós, Vereadores, não podemos perder de vista
a nossa responsabilidade maior como agentes públicos e políticos no Município e
nos posicionar diante de uma realidade dentro daquilo que fique em consonância
com os nossos princípios.
De
qualquer sorte, Sr. Presidente, fica a minha advertência, se o assunto é
relevante, se o assunto é importante, eu não sei por que nós perdemos tanto
tempo sem que fosse ele devidamente examinado nas Comissões. Vou ficar com um
único argumento que me trouxe a Ver.ª Maristela Maffei: era para ficar fora do
período pré-eleitoral. Isso não seria impedimento legal, mas vamos admitir que
pudesse ser um impedimento de ordem política e esta Casa é uma Casa composta de
políticos e tem que se ter sensibilidade ao se cuidar desses assuntos. Vencido
tudo isso, estou pronto para votar. Vou, Ver. Cláudio Sebenelo, porque não,
confessadamente, atender ao seu apelo, mudo a posição e voto a favor do
Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 025/98. Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) Aprovado contra o voto
deste Vereador.
O
Ver. Isaac Ainhorn solicita verificação de votação. (Após a chamada.) APROVADO por 26 votos SIM; 1 NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
PROC.
3024/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/98, de autoria da Mesa Diretora, que altera o Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, II, da LOM;
- dispensado de Parecer nos termos do
Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação o Projeto de
Resolução nº 045/98.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Mesa
Diretora da Casa está propondo a este Plenário algumas alterações ao nosso
Regimento para que possamos nos adequar à nova forma de votação que teremos
nesta Casa com a introdução do painel eletrônico. Eu acredito que, até o final
deste mês, esse painel já estará em condições de auxiliar esta Casa em todas as
votações e vai fazer com que nós, dentro do Regimento, tenhamos que alterar a
redação de alguns artigos para que as votações possam ocorrer. Com a
verificação realizada através do painel, algumas adaptações de redações que no
Regimento atual não estão bem claras, através de um estudo desenvolvido pela
Diretoria Legislativa, nós estamos tornando essas redações um pouco melhores a
fim de serem melhor entendidas e para fazer com que a Emenda nº 19, da Reforma
Administrativa, que traz alterações ao Processo Legislativo, que essas
alterações introduzidas pela Emenda nº 19 possam começar a serem operadas de
uma forma correta por este Plenário, orientado pelo nosso Regimento.
Também,
nós já tínhamos alterações feitas por legislação própria, por legislação da
Casa, que ainda não estavam contidas, em forma de redação, no nosso Regimento.
Agora, nós já estamos fazendo com que, através de todas essas alterações,
possamos estar completamente atualizados para as votações da Casa, para todo o
Processo Legislativo, para que todo o tramitar dos processos, aqui nesta Casa,
e as votações neste Plenário, possam se dar de uma forma absolutamente legal.
Por isso é que a Mesa Diretora propôs essas alterações, as quais estão muito bem
definidas na Exposição de Motivos e também na disposição do Projeto fazendo com
que todos os artigos, parágrafos, os incisos que serão alterados possam estar
muito bem visualizados por todos os Srs. Vereadores.
Nós,
então, solicitamos a todos os Srs. Vereadores que tiverem algum tipo de dúvida
com relação às alterações que possam fazer as indagações necessárias para que
possamos esclarecer, mas eu acho que a votação e a aprovação deste Projeto se
faz necessária para que possamos estar completamente adaptados a todas as
alterações de acordo com a Emenda 19 da Reforma Constitucional e de acordo com
todas as alterações que já fizemos aqui em nossa Casa. E, também por causa do
nosso painel eletrônico, que vai trazer algumas alterações no processo de
votação aqui neste Plenário. Inclusive eu acredito que através do painel
eletrônico nós vamos realmente poder economizar bastante no tempo de votação,
fazendo com que os Vereadores possam ter muito mais tempo para fazer discussões
de todas as matérias que vamos ter neste Plenário depois da inauguração deste
painel. Era isso! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para discutir.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Todas
as alterações que se façam, visando ao embelezamento da Casa, à melhoria do
estado geral de todos os funcionários, devem efusivamente ser saudadas por
todos os Vereadores. A introdução do painel eletrônico, bem como toda a
delimitação da área a que esta Casa tem direito, e que devem ter sido
exaustivos os esforços feitos por esta Presidência, mesmo não estando na Pauta
esta matéria, é na verdade digna de enaltecimento dos Vereadores. Na caserna
nós sabemos: “nosso barco, nossa alma”. A casa em que vivemos deve ser motivo
de todos os cuidados, e um comandante sabe que é responsável por tudo aquilo
que acontece ou deixa de acontecer dentro do seu comando. É uma máxima militar
que pode ser transportada para o universo civil. V. Exa. deve ser elogiado e eu
me sinto muito à vontade para fazer isso, porque quando faço esse agradecimento
eu engrandeço a Casa e praticamente faço todo o possível para realizar em V.
Ex.ª um empolgamento que leve a outras conquistas. V. Ex.ª está terminando o
seu trabalho e, diante deste término de período, V. Ex.ª exibe duas obras
feitas, ou melhor, três. Uma delas é algo digno de elogios, porque V. Ex.ª
mandou colocar todos os balaústres que têm neste Plenário.
Estou
falando com dificuldades porque tenho uma grande dor na minha coluna, V. Ex.ª,
então, está recebendo esta minha doação. Então, foi colocado este parapeito,
impedindo que as crianças caíssem de um andar para o outro.
É,
na verdade, uma conquista e, com isso, V. Ex.ª exibe três conquistas: o painel,
a delimitação e os parapeitos colocados em volta de todos os balaústres que
conduzem às galerias.
Qual
o Presidente que vai conseguir colocar os vultos, os prefeitos em estátuas para
que as escolas que comparecem aqui, conduzidas pelas professoras, possam contar
a história de Porto Alegre?
Eu
permaneço em expectativa, mas esperançoso de que um Presidente consiga fazer
com que esta galeria, despida de vultos, possa ser, de repente, povoada pela
história de Porto Alegre. É claro que teremos o Prefeito João Dib, o que é que
podemos fazer? Vamos agüentá-lo. Aqui está Loureiro da Silva e Leonel Brizola.
E, com isso, as professoras contarão aos seus alunos de suas escolas, que
passam por aqui, a história de Porto Alegre.
Congratulo-me
com V. Ex.ª pelo que conquistou e acho que V. Ex.ª pode dizer: missão cumprida.
V. Ex.ª pode voltar para o Plenário, e como diz Jarbas Passarinho: da planície
ao Planalto, satisfeito, porque V. Ex.ª conquistou um lugar ao sol, ou seja,
foi Presidente e nos deu três conquistas. Que magnífico, que maravilha!
Vossa
Excelência cumpriu a missão, meus parabéns, V. Ex.ª tem a minha admiração e
apoio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir o PR nº 045/98.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sou
mais um signatário do que um integrante da Mesa deste Projeto de Resolução que
altera o Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em verdade, Sr.
Presidente, têm outras alterações do Regimento que estão tramitando, quase que
concomitantemente, e que podem gerar algum tipo de temor no que está sendo
votado. Nas páginas 1 a 3, a própria Exposição de Motivos da Resolução é
extremamente objetiva, quando demonstra que, a quase totalidade das mudanças
aqui introduzidas, trata-se de adequação decorrente da Emenda Constitucional
19/98 que, no dizer da nossa competente Diretora Legislativa, não é essa
loucura que alguns imaginam que seja e que, dentro de uma equipe de trabalho,
que examinou a matéria, verificou-se
que, no fundo, as grandes modificações que ela determina se refere à
sistemática de alguns procedimentos, especialmente a matérias que trata da
remuneração do Sr. Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores, que eram matérias
feitas até a presente data, com base em Resolução e que terão que ser feitas
através do Projeto de Lei ao teor do que estabelece a Emenda Constitucional nº
19.
Vejam
os Senhores, na Exposição de Motivos, estão arroladas todas as justificativas a
respeito da proposta que votaremos. Então, verifica-se que, freqüentemente,
vamos ver: “Adequação à Lei Orgânica por força da inclusão do princípio da
economicidade, Emenda à Lei Orgânica Municipal 14/98 e a Constituição Federal,
capítulo do art. 37, por força do princípio da eficiência incluído pela Emenda
Constitucional 19/98”. Essa mesma justificativa vai ser vista em várias outras
situações e o restante fica por conta da adequação da natureza redacional.
Então, eu acautelo alguns dos Srs. Vereadores para os quais nós apresentávamos
algumas dúvidas acerca da extensão dessa alteração do Regimento da Casa, que
será introduzida pela votação deste Projeto de Resolução, esclarecendo que ele
se restringe, objetivamente, a essas situações por nós comentadas.
São,
em última análise, todos eles, de adequação ou alteração já ocorridas com
relação à Lei Orgânica do Município ou decorrentes dessa Emenda Constitucional
19/98, que determina a necessidade dessa adequação em alguns textos do
Regimento, com repercussão redacional em vários outros por reflexo natural que
qualquer uma modificação enseja nessa circunstância. Foi elaborado por uma
comissão de técnicos da Casa que se debruçaram sobre o assunto e nos trouxeram
essa possibilidade de agora, por essa resolução, prepararmos a Casa até para
essas inovações que se projetam com a possibilidade de nós termos as votações
através do painel eletrônico, diligenciado pela Mesa Diretora da Casa, pelo S.
Ex.ª Ver. Luiz Braz, Presidente deste Legislativo e cuja possibilidade de
conclusão é iminente, é próxima, o que possibilita, em última análise, que
essas alterações regimentais entrem em vigor, concomitantemente, com essas
inovações tecnológicas que a vida legislativa passa a ter, à medida em que se
implante definitivamente o painel eletrônico que é de todos conhecido.
Por
tal razão, Sr. Presidente, com a maior tranqüilidade eu diria aos companheiros
Vereadores que se trata de uma matéria pacífica, cuja aprovação se recomenda
até como medida de bom-senso e de consagração, de um trabalho realizado pela
nossa equipe de técnicos, cujo resultado nós podemos antecipar, serão muito
eficientes, muito positivos, para que a Casa continue desenvolvendo bem as suas
atividades parlamentares. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Peço licença para saudar a presença do sempre
Vereador, companheiro Giovani Gregol, nosso amigo. Seja bem-vindo a nossa Casa
mais uma vez.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PR nº 045/98.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz,
no exercício da Presidência; Srs. Vereadores, dirijo-me especialmente a alguém
com quem, ao longo deste mandato, para minha honra, tenho a alegria de
conviver, convívio que outros Vereadores já tiveram no mandato anterior: o
ex-Deputado e Vereador Pedro Américo Leal, que tem lutado pela qualificação dos
trabalhos, de todo o equipamento e do funcionamento da nossa Câmara de
Vereadores. Obviamente, dirijo-me, também, a todos os demais Vereadores.
É
meio complicado a gente se “jogar confete”, mas a Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, ao longo dos últimos anos, tem demonstrado uma responsabilidade muito
grande, mesmo sabendo-se que se sucedem direções de partidos diversos na Casa:
as obras iniciadas por um Presidente têm continuidade e são acrescidas de
outras.
Nós
vivemos, no ano que passou - o de 1997
-, um período extremamente rico, em que a direção da Casa, junto com os
trabalhadores do Parlamento, elaboraram uma série de propostas - tipo um plano
de metas. Em razão disso, nós vimos para este Plenário, melhoramos a sua iluminação,
a questão da informática teve um acréscimo substancial.
Esta
Mesa Diretora, de 1998, da qual me orgulho de participar, sob a liderança do
seu Presidente, Ver. Luiz Braz, dá continuidade a esse trabalho e acresce a ele
algumas coisas de uma forma qualificada. Em face disso, em breve, nós teremos
um sistema moderno para a apuração das nossas votações, sistema que vai, de
muito, agilizar os trabalhos desta Casa.
Quero
chamar a atenção dos Srs. Vereadores, Ver. Pedro Américo Leal, de que não me
conformo, ainda, com uma questão importante, ou seja, a posição absolutamente
subalterna em que ficou uma parte da Sessão da nossa Câmara: o Grande
Expediente. O Grande Expediente era o momento mais especial, o momento do
contraditório, o momento em que os membros do Legislativo se preparavam, de
forma mais acabada, mais apurada, para discutir os grandes temas do País, do
Estado, com ênfase nas questões do Município. Não estamos tratando disso ainda,
mas temos oportunidade de fazê-lo, ainda este ano, eis que transita e já está
na Ordem do Dia, um projeto alterando outros artigos do Regimento.
Mas,
a par de nós elogiarmos, enquanto membros do Poder Legislativo, a forma como
vêm-se portando as Mesas Diretoras dos anos que se sucedem, que por certo terá
continuidade em 1999, esse Projeto de Resolução, como bem tratado pelo
Presidente e pelo Ver. Reginaldo Pujol, objetiva três questões fundamentais:
De
um lado adaptar o Regimento à Emenda Constitucional 19, que pouco temos
debatido no Plenário e que muda, significativamente, principalmente em relação
aos trabalhadores do serviço público, uma série de questões.
Por
esse motivo, a questão dos reajustes não poderá ser feita por resolução e sim
por projetos de lei, a proposta, por óbvio, trata de adaptar o Regimento a esta
legislação superior.
Temos,
ainda, a questão do painel eletrônico, queria colaborar, iniciar a discussão,
chamar a atenção de como vai modificar, até o nosso funcionamento neste
Parlamento, a partir do momento que o Presidente colocar em votação uma determinada
matéria, os vereadores terão até um minuto para proferirem seu voto. Por óbvio,
alguns movimentos que, hoje, fazemos de verificar, visualmente, se tem ou não
quórum sofrerá alterações, porque para que o Vereador possa constar no quórum,
terá que registrar senha e posteriormente proferir seu voto.
Então,
são alterações substanciais que o Projeto de Resolução, diga-se de passagem,
apresentado à Mesa Diretora, depois de um trabalho exaustivo da Diretoria
Legislativa que vêm-se notabilizando pela qualidade e correção dos trabalhos
que realiza, ao longo do tempo, nesta Casa, faz com que tenhamos, ainda neste
ano, a ter outra dinâmica, outra forma de funcionarmos por ocasião da
apreciação das diversas matérias submetidas a esse Parlamento. E faz, ainda, este
Projeto de Resolução, algumas adequações relativamente a temas de adaptação
técnica como, por exemplo, a questão que trata dos projetos de resolução que, a
partir de agora, tem que se alterar, não se poderá mais fazer reajustes através
de projetos de resolução.
Quero,
então, parabenizar as Mesas Diretoras que vêm-se sucedendo, pelo brilhantismo
do trabalho que vem realizando. E concitar os Srs. Vereadores a uma reflexão
que acho da maior importância: temos que resgatar uma parte que entendo como
âmago da nossa Sessão, juntamente com a Ordem do Dia, é o Grande Expediente, um
momento máximo de discussão do Parlamento, onde o contraditório é colocado com
sua inteireza maior.
Portanto,
solicito a reflexão dos Srs. Vereadores, para que venhamos, também posteriormente,
alterar o nosso Regimento, colocando o Grande Expediente na parte inicial da
Sessão, para que este Parlamento volte a ter a riqueza da discussão política.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo
para discutir o PR nº 045/98.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é
um momento extremamente importante para o nosso debate, porque chegamos ao fim
de um imenso processo de reformulação e adaptação do Regimento aos novos
tempos, aos novos requisitos, principalmente uma comissão que trabalhou muito
bem, visando agilizar o funcionamento do Plenário e das comissões. O que para
nós é extremamente agradável é registrar que nesta Legislatura os trabalhos da
Mesa anterior, presidida pelo Ver. Clovis Ilgenfritz e, desta Mesa, presidida pelo Ver. Luiz Braz,
não só conferiram dignidade a esta Casa, mas mostraram progressos imensos que a
evolução e o nosso funcionamento, aqui dentro, saindo do Plenarinho para o
Plenário Otávio Rocha, nos mostrou as nossas necessidades de adaptação e,
principalmente, de conforto à população de Porto Alegre que é liberada para
assistir nas galerias e o funcionamento burocrático desta Câmara Municipal.
A
conquista maior do primeiro ano foi, indiscutivelmente, a TV Câmara que dá
satisfações à população do trabalho que é feito por esta Câmara.
Eu
gostaria de ressaltar a conquista feita pelo Ver. Pedro Américo Leal que,
insistentemente, pedia para mudar de local de trabalho, o que conseguimos e
hoje estamos, definitivamente, no lugar adequado à grandeza da Cidade e da
Instituição.
Por
outro lado, algumas coisas ainda faltam nos nossos trabalhos, aqui. Eu gostaria
que o Presidente Ver. Luiz Braz, e o próximo Presidente, muito provavelmente o
Ver. Nereu D’Ávila, o que seria uma honra muito grande, prestasse atenção nos
nossos requisitos para o ano que vem. Entre eles, uma melhora das condições
audiovisuais. O Vereador pode fazer um trabalho com filme, com fitas de TV,
necessitando de videocassete, necessitando de uma ampla televisão, dessas
maiores, para expor os seus pensamentos, necessitando de aparelho para projetar
documentos, de um epidiascópio, e isso pode ser feito com telas. Esses
trabalhos podem ser feitos perfeitamente, mas nós não temos esses equipamentos
no Plenário. Eu fiz vários trabalhos, filmados, que não foram apresentados aos
Vereadores, por não ser esse o nosso hábito. Tecnologicamente nós não nos
adaptamos e continuamos dentro de um parlamento não tendo o auxílio do
audiovisual, que é fundamental.
O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Cláudio Sebenelo, quero informar a V. Ex.ª que nós temos esses
equipamentos na Casa e se forem requisitados pelo Vereador poderão ser trazidos
ao Plenário rapidamente, servindo a tudo isso que V. Ex.ª está solicitando.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: O Senhor mesmo é testemunha das
dificuldades que tivemos, muitas vezes, em deslocar material, que deveria ser
fixo, à disposição dos Vereadores. Material de aperfeiçoamento tecnológico e
audiovisuais melhorariam muito, enriquecendo com imagens, aquilo que nós
falamos aqui da tribuna.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Cláudio Sebenelo, eu acho boa a idéia, até certo ponto.
Imagine V. Ex.ª que se fosse solicitado, reiteradas vezes, no Plenário, esse
tipo de atendimento, a Sessão não chegaria a bom termo, não haveria espaço, só
em casos excepcionais pode ser usado. Os parlamentos não costumam usar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Não usam, mas eu acho que deveriam usar,
por um motivo: no Grande Expediente há oito minutos disponíveis e, ao invés de
um debate verbal, muitas coisas poderiam ser observadas, inclusive as
afirmações dos Vereadores, através de imagens.
Por
último, eu queria pedir ao próximo Presidente desta Casa que estabelecesse, nos
gabinetes dos Vereadores, televisores. A extensão desses monitores de
televisão, do Plenário até os gabinetes dos Vereadores, é importante, porque o
Vereador poderá estar no seu gabinete - muitas vezes, obrigado - vendo e
ouvindo um dos seus pares falar da tribuna, sem perder, portanto, o contato e a
informação, que são fundamentais, e que, às vezes, não tem acesso pela sua
ausência no Plenário, apesar de estar presente nesta Casa. Eu gostaria de me
referir a um trabalho que fiz sobre o Regimento, pedindo uma modificação na
Pauta Especial. Existe uma bancada aqui, que - com toda a justiça, pois é
legítima e democraticamente eleita, com 13 vereadores, não faço nenhuma
contestação -, mas essa bancada - e, aí, eu falo ao Ver. Juarez Pinheiro - no
Grande Expediente, ocupou quase que sistematicamente a Pauta Especial, que é de
15 minutos, quando da LDO e em outras atitudes especiais, sem oportunidade para
o contraditório. Então a modificação no Regimento é fundamental. Próximo
Presidente: vamos melhorar a nossa relação com o Executivo Municipal, é
fundamental para esta Casa. Da nossa parte, isso está sendo feito. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em votação o PR nº 045/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Nós queríamos pedir licença para informar que no curso do discurso do Ver. Cláudio Sebenelo, em relação a algumas preocupações que ele manifestou, na verdade, o Projeto Câmara 2000, de informatização total do processo legislativo, está previsto, também, num determinado momento, que, além de entrarmos com o som nos gabinetes, vamos entrar também com a imagem. Os aparelhos são próprios para receber também a imagem diretamente do trabalho do Plenário, nos gabinetes, o que será muito importante, facilitando a ida e vinda dos Vereadores aos seus gabinetes, para acompanhar plenamente o trabalho.
Também
outras providências foram tomadas no sentido de, paulatinamente, completarmos o
quadro de reformas e obras necessárias, como já foram feitas, como o som e a
iluminação do Plenário, e, agora, essa inovação, fundamental para o processo, o
que dará uma economia enorme de tempo, que é a instalação do painel eletrônico.
PROC.
2282/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/98, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que denomina Av. Nestor
Valdman um logradouro público localizado no Bairro Jardim Itu-Sabará.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 106/98, de autoria
do Ver. Antonio Hohlfeldt.
(Pausa.) Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, de autoria do Ver. Antônio
Losada, relativo ao Processo nº 2382/97 - PLL nº 139/97, que normativa a
utilização do sistema do código de barras pelos estabelecimentos comerciais e
congêneres e dá outras providências. O requerimento é no sentido da sua
retirada da Ordem do Dia, nos termos do artigo 81.
O SR.
PRESIDENTE: Deferido
por esta Presidência a retirada, da Ordem do Dia, nos termos do art. 81 da LOM, do PLL nº 139/97.
PROC.
1638/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/98, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
institui, oficialmente, a árvore como símbolo ecológico de Porto Alegre.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 076/98. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC.
2454/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/98, de autoria do Ver. Cyro Martini, que concede o título honorífico
de Cidadão Emérito ao Senhor Bento José da Silva.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral o Projeto de Resolução
nº 031/98. O Ver. Cyro Martini está com a palavra para discutir.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
apraz-me, sobremodo, comparecer a esta tribuna na oportunidade em que se
discute projeto, de minha autoria, pelo qual eu proponho seja concedido o
Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre para o Sr. Bento José da
Silveira. Antes que uma homenagem à pessoa, ao cidadão Bento José da Silveira,
esta homenagem que eu pretendo prestar se estende a todas aquelas pessoas, a
todos aqueles cidadãos que têm as mesmas qualidades, as mesmas virtudes que o
Sr. Bento José da Silveira.
É,
ele, um homem simples, modesto, de origem popular, que mora na Vila São José
que pertence à Igreja São José do Murialdo, e que na sua simplicidade tem um
valor moral extraordinário, a tal ponto de recomendarmos para ser homenageado
com o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Ele é um funcionário
aposentado da Prefeitura Municipal, trabalhando nessa atividade para varrer as
ruas de Porto Alegre. É natural de Viamão, mas teve a honra de ser um varredor
de Porto Alegre. Essa é uma honra. Tenho a honra de ser filho de quem foi um
funcionário do DMLU, antiga Administração da Limpeza Pública. Meu pai, Artur
Antônio da Silva, lá de Belém Novo, era chamado o “Turica de Belém Novo”,
funcionário, como o Sr. Bento. O meu pai era analfabeto, o Sr. Bento não. Não é
só das pessoas que se destacam pela sua fortuna, cultura ou por outra razão
qualquer que se faz um cidadão de bem e que mereça ser exaltado.
Quem
conhece o Sr. Bento José da Silveira, lá da Vila São José, sabe que ele merece
esse título. Por suas qualidades morais e também por ser um líder comunitário,
é um homem que, com a sua tranqüilidade e paciência, vai desenvolvendo um
trabalho através do qual se devem, em grande parte, as melhorias que se
estenderam pela Vila São José, Vila João Pessoa, Chácara dos Bombeiros, Chácara
das Bananeiras, Morro da Cruz e toda aquela Região. Modesto e simples, ele vai
desenvolvendo esse trabalho, acompanhado de sua esposa Maria Luiza, não apenas
na Igreja, mas lá na comunidade, oferecendo, inclusive, a sua casa para que se
promovam reuniões nesse sentido. É um exemplo de servidor público municipal, é
um exemplo de cidadão e líder comunitário.
São
essas as qualidades que o recomendam a esse título. Sempre me preocupei com
isso, porque aquelas pessoas que têm uma posição destacada, por razões de ordem
econômica e cultural, merecem títulos - e, de fato, merecem - e aquelas
humildes, simples, que se dedicam com afinco a sua rua - a Rua Santa Maria ou
adjacentes - e que vão conseguindo aos poucos a água, a luz, o pavimento com
esforço, procurando mobilizar a comunidade, somar esforços e resolvendo os
problemas próprios da sua gente, daqueles que pertencem àquela região de Porto
Alegre, também o merecem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação nominal o Projeto de Resolução nº 031/98. (Pausa.)
(Após a chamada.) APROVADO por vinte
e seis votos SIM.
O Ver. Juarez Pinheiro, 1º Secretário, informa que, nesta semana, foram votadas 25 proposições, projetos e resoluções. Foi uma semana com alto índice de rendimento nos trabalhos legislativos, além da apreciação dos diversos requerimentos, alguns com contraditório bastante grande e que exigiram grandes discussões, afora as reuniões do Plano Diretor e das Comissões Permanentes, que funcionaram com toda a sua potencialidade. Temos dois Vereadores em representação desta Casa, em um encontro sobre turismo, em Gramado, Ver. Adeli Sell e Ver. João Carlos Nedel. Estão, lá, representando esta Casa em um debate fundamental para a Cidade de Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul.
Constatamos
a inexistência de quórum, portanto, damos por encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 12h14min.)
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